Sanitização em Aviários com Cloro: Você está fazendo da forma correta?
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A gripe aviária é uma doença causada por uma cepa do vírus Influenza, neste momento a H5N1, que circula entre aves. Se o vírus ficasse restrito só a aves, traria uma preocupação menor, mas ele foi transmitido para algumas espécies de mamíferos e, depois, entre eles. Isso aumentou a preocupação, porque nós somos mamíferos e mostra que o vírus tem capacidade adaptativa.
Até o dia 8 de janeiro, 151 investigações realizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tiveram resultado laboratorial positivo para o vírus da gripe aviária no país. Desse total, 148 foram em animais silvestres e três em aves de subsistência. Os registros positivos ocorreram nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Esses últimos acontecimentos causam grande preocupação e chamam a atenção para possíveis formas de controlar este vírus. Será que os aviários realizam a higienização e tratamento de água da forma correta, para assegurar a saúde e biossegurança dos animais?
A higienização de granjas avícolas pode ser dividida em duas etapas: a limpeza seca e a úmida. Esta primeira etapa consiste na pré-lavagem e a ação mecânica (esfregaço, varreduras) nas superfícies, tendo como objetivo reduzir a quantidade de resíduos presentes nas superfícies dos equipamentos e utensílios (VIEIRA, Guilherme; CAFÉ, Marcos).
Já a limpeza úmida, conta com jateamento de água com detergentes e é finalizada com a etapa de desinfecção, na qual são aplicadas em todas as superfícies soluções desinfetantes capazes de eliminar microrganismos patógenos (VIEIRA, Guilherme; CAFÉ Marcos). A Embrapa recomenda a utilização de desinfetantes à base de: amônia quaternária, glutaraldeído, formol, cloro, iodo, cresol ou fenol.
Os desinfetantes à base de cloro são conhecidos pelo seu poder viricida, algicida, fungicida e protozoocida (NASCIMENTO, G. M., 2013). São amplamente utilizados principalmente em limpezas de caixa d’água e encanamentos, porém exigem alguns cuidados: o cloro é sensível à temperatura e exposição à luz, portanto é importante sempre monitorar os níveis de cloro de sua solução. Não basta produzir um desinfetante com altíssimas concentrações, pois além do forte odor, a solução também se torna corrosiva, podendo oxidar as partes metálicas de seus equipamentos/tubulações.
Quando é detectada, por exemplo, a presença de coliformes fecais, a água deve ser tratada com cloro, com um teor de 0,2 a 0,4 mg/L de cloro livre para garantir o tratamento da água. A água destinada ao consumo das aves ou para o sistema de nebulização dos aviários deve contar com um residual mínimo de 3 ppm de cloro livre. (Mazzuco et al., 2006 apud Vieira et al., 2015).
Soluções contendo a partir de 100 ppm de cloro livre já possuem ação desinfetante interessante para o processo de limpeza úmida. Quando se utiliza água sanitária comercial, com 2,0% a 2,5% de cloro livre, de acordo com a marca comercial, devem ser medidos de 5 mL (100 ppm) para 1L de água para sanitização de equipamentos e utensílios a 10 mL (200 ppm) para misturar em 1 L de água potável.
Existem diversas formas para realizar o monitoramento e controle do cloro na água, dentre elas instrumentos que automatizam a dosagem de cloro e outros que com simplicidade no uso, fornecem a concentração de cloro em um minuto. A HANNA instruments é uma fabricante multinacional que fornece instrumentos para análises físico-químicas.
O PCA é um controlador, que facilita a dosagem de cloro para quem busca manter níveis confiáveis em seu sistema de água. Conectado a uma bomba de dosagem de cloro, monitora, controla e ajusta continuamente o teor de cloro de 0 a 5 ppm de cloro livre ou total, de forma automática. Conta com sistemas de alarme, controle remoto e armazenamento de dados, garantindo a segurança do seu sistema.
Já o HI97734 é um instrumento portátil que permite que rápidas verificações sejam feitas. É um fotômetro de cloro livre e total faixa alta combina precisão e facilidade de uso em um design simples e portátil. O sistema óptico avançado fornece precisão com qualidade de laboratório, enquanto seu design fácil de usar é fácil para qualquer usuário, tornando-o o fotômetro perfeito para suas necessidades de teste de qualidade da água. O medidor HI97734 mede cloro livre e total (Cl2) em amostras de água de 0,00 a 10,00 mg/L (ppm). Conta com Modo tutorial para obter instruções passo a passo fáceis, utilizando reagentes líquidos ou em pó.
Quando trabalhando com concentrações mais altas de cloro total, maior precisão e resultados mais confiáveis que seu test kit químico padrão, são obtidos usando nosso colorímetro de cloro total para faixas ultra altas HI771. Sem mais esforços para determinar a cor visualmente, nosso colorímetro elimina qualquer possibilidade de erro nas comparações com as legendas de cores, proporcionando seus resultados de cloro total direto e digitalmente.
Caso sua amostra tenha uma concentração de cloro total acima de 500, ainda é possível utilizar este instrumento, utilizando a técnica de diluição. Se a concentração for até 1000 ppm, por exemplo, temos que dividir a concentração por dois (para cair na faixa de até 500). Portanto, misturamos o mesmo volume de nossa água a ser analisada, com água ultrapura (livre de cloro). E ao final, basta multiplicar o resultado por 2. Caso a concentração seja de até 1500, diluímos 3 vezes: 1 parte de amostra para 2 de água livre de cloro, multiplicando a leitura final do instrumento por 3, e assim sucessivamente.
Referências:
Gripe aviária: autoridades de saúde confirmam 1ª morte de um urso polar pela doença. O GLOBO Saúde, 05/01/2024. Disponível em https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/01/05/gripe-aviaria-autoridades-de-saude-confirmam-1a-morte-de-um-urso-polar-pela-doenca.ghtml. Acesso em 14/01/2024.
Gripe aviária: granjas de Goiás devem declarar segurança até 31 de janeiro. Globo Rural, São Paulo, 10/01/2024. Disponível em https://globorural.globo.com/pecuaria/aves/noticia/2024/01/avicultores-de-goias-devem-declarar-seguranca-em-granjas-ate-o-dia-31.ghtml. Acesso em 14/01/2024.
EMBRAPA. Instrução técnica para o Avicultor. Concórdia, SC. 12/2006.
NASCIMENTO, G. M. Uso de Desinfetantes na Produção de Aves. 2013. Seminário (Doutorado – Produção Animal). Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Disponível em: 2013_gisele_mendanha_nascimento_seminario_1c.pdf (ufg.br). Acesso em 14/01/2024.
MAZZUCO, H. M. et al. Boas práticas de produção na postura comercial. Embrapa Suínos e Aves, 2006.
VIEIRA, Guilherme; CAFÉ, Marcos. Higienização em granjas avícolas: principais etapas do processo. Encarte Especial – A revista do Avisite, 98ª edição. p. 6 e 7p. 11, 2025. Disponível em https://avisite.com.br/EncarteEspecialLimpezaDesinfeccao/baixa-final-4.pdf. Acesso em 14/01/2024.
VIEIRA, Guilheme; et al., Qualidade da água utilizada na higiene. Encarte Especial – A revista do Avisite, 98ª edição. p. 6 e 7p. 11, 2025. Disponível em https://avisite.com.br/EncarteEspecialLimpezaDesinfeccao/baixa-final-4.pdf. Acesso em 14/01/2024.
Capa: Imagem de Andreas Göllner por Pixabay