Condutividade Elétrica: Guia Definitivo

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A condutividade elétrica é uma medida útil em uma variedade de indústrias, aplicações e situações. Saber exatamente o que é a condutividade elétrica (EC/TDS), as opções da sonda e as técnicas de medição apropriadas, pode acelerar o teste.

Navegue pelo mundo da condutividade elétrica com o nosso Guia Definitivo:

O que é Condutividade Elétrica?

Condutividade Elétrica, também conhecida como EC, é a capacidade de uma substância ou solução de conduzir (transmitir) uma corrente elétrica sobre uma área definida. A corrente pode fluir através de líquidos em nível atômico ou iônico. A facilidade com que a corrente é transmitida sobre uma área definida ajuda a quantificar a concentração iônica de uma amostra. No entanto, a concentração iônica dada por uma medição de condutividade elétrica não é específica, isso significa que não é possível diferenciar os tipos de íons presentes na amostra.

Íons são partículas carregadas que flutuam livremente em solução, não acopladas a outras moléculas. Como os íons são carregados, eles são capazes de transportar e transmitir uma corrente. Os íons são formados quando um sólido, como o sal, é dissolvido em um líquido para formar componentes elétricos com cargas elétricas opostas. O cloreto de sódio se separa para formar íons Na+ e Cl. Todos os íons presentes nas soluções contribuem para a corrente que flui através do sensor e, portanto, contribuem para a medição da condutividade. A condutividade pode ser usada como uma medida da concentração de íons presentes na amostra.

Dica da Hanna: LEMBRE-SE, medições de condutividade elétrica não são específicas, elas podem informar a concentração de íons, mas não necessariamente quais os íons presentes.

O que é Resistividade?

Resistividade é a capacidade de uma substância inibir uma corrente elétrica. Para concentrações iônicas baixa e muito baixa, a medição de condutividade se torna difícil e não precisa. A resistividade é mais frequentemente usada para detectar vestígios de contaminação em água ultrapura, por exemplo. Portanto, a escala de resistividade é usada para expressar os resultados em oposição às frações. Os números são exatamente o inverso um do outro. O correspondente de 0.10 μS/cm ou 1/(0.10 x 10-6 S/cm) é então 10 x 106 ohms x cm (10 MΩ x cm), também conhecido como “mega-ohms”. Qualquer unidade de medida pode ser usada para indicar exatamente o mesmo valor.

Tabela de Condutividade Elétrica/TDS/Resistividade Aquosa
Solução μS/cm mS/cm ppm MΩ x cm
Água Pura 0.055 18.16
Água Deionizada 0.1 10
Água Destilada 0.5 2
Água da Chuva 50 – 100 25 – 50 0.01 – 0.01
Água Tratada 500 – 800 0.5 – 0.8 250 – 400 2.0 – 1.25 [KΩ x cm]
Água Potável (Max) 1,055 1.055 528 0.95 [KΩ x cm]
Água do Mar 56,000 56 28,000
1 mol/L NaCl 85,000 85 42.5 [ppt]
1 mol/L HCl 332,000 332 166 [ppt]

Quais unidades são usadas para medir EC e Resistividade?

A resistividade elétrica usa a unidade de ohm por metro ou Ω x m. Em vez de usar as unidades Ω−1 x m−1, em 1971, a unidade “siemens” (simbolizada pela letra maiúscula S) foi adotada pela Conferência Geral sobre Pesos e Medidas como uma unidade derivada do SI. A unidade de condutividade elétrica se torna siemens por metro. A unidade Siemens recebeu o nome de Werner von Siemens, um inventor e empresário alemão do século XIX na área de engenharia elétrica. Antes da unidade de siemens por metro, mho/cm era usado para medir a condutividade. Devido ao histórico de condutividade, micromho/cm e millimho/cm são comumente traduzidos para microSiemens/cm e milliSiemens/cm porque se correspondem respectivamente. A unidade de medida comumente usada é um milionésimo de um Siemens por centímetro (micro-Siemens por centímetro ou μS/cm). Ao medir soluções mais concentradas, as unidades são expressas em milliSiemens/cm (mS/cm). Para facilitar a expressão, 1000 μS/cm são iguais a 1 mS/cm. Muitas vezes, a condutividade é expressa simplesmente como micro ou mili Siemens.

Dica da Hanna: Converter diferentes unidade de condutividade elétrica é fácil.
Por Exemplo:
1000 microSiemens/cm (μS/cm) = 1.0 milliSiemens/cm (mS/cm)

Você sabia que a condutividade elétrica pode ser usada para inferir outras medições?

Embora precisas, as seguintes medição são consideradas métodos de medição indireta. Isso se deve ao fato de que o medidor usado converte as leituras de condutividade elétrica por meio de um fator de conversão para obter as medições nas unidades desejadas.

Sólidos Totais Dissolvidos (TDS)

As medições de TDS (sólidos totais dissolvidos) medem a quantidade de matéria dissolvida, orgânica e inorgânica, na solução. Os resultados de TDS são em mg/L ou g/L. Lembre-se, a condutividade elétrica está diretamente relacionada à concentração dos sólidos dissolvidos iônicos. Uma verdadeira medição de TDS é uma medição gravimétrica. Toda solução tem uma razão de conversão única. A razão de conversão é calculada usando um valor conhecido de TDS para a substância e, em seguida, dividindo-o pelo valor de condutividade medido da mesma substância. A escala TDS usa 2 μS/cm = 1 ppm (parte por milhão como CaCO3), expressa como 1 mg/L de TDS.

Salinidade

As medições de condutividade elétrica podem ser usadas para determinar a salinidade em diferentes águas. Isso significa que uma medição de condutividade elétrica só pode ser usada para determinar com precisão a salinidade de amostras como a água do mar. Existem três escalas de salinidade diferentes, todas as escalas se referem à salinidade da água do mar.

Escalas de Salinidade

Escala Prática de Salinidade (PSU): Estabelecida em 1978 pela UNESCO, mede a salinidade em uma escala de 0 a 42. Essa escala é uma razão de condutividade elétrica e não possui nenhuma unidade associada.

Escala Percentual (%): Esta escala mede a salinidade em uma escala de 0 a 400% com 100% sendo água do mar.

Escala Natural de Salinidade: A UNESCO definiu esta escala em 1966, mede a salinidade em uma escala de 0 a 80 ppt.

Dica da Hanna: Tanto TDS quando Salinidade são considerados medições indiretas, pois o medidor converte a leitura de condutividade elétrica na unidade desejada via um algoritmo.

O que afeta a Condutividade Elétrica?

A principal influência nas medições de condutividade elétrica é a temperatura. Existem algumas aplicações específicas em que outros parâmetros podem influenciar bastante a condutividade elétrica (como na medição do solo).

Temperatura

A influência deste parâmetro nas leituras de condutividade se dá pela forma como a temperatura afeta os íons de uma solução. Quando uma solução está em uma temperatura mais alta, os íons ficam excitados, a resistência cai e a condutância aumenta. Quando uma solução é resfriada, os íons não possuem tanta energia, assim a condutância cai e a resistência aumenta. Também é possível introduzir uma margem de erro se as soluções de calibração não tiverem a mesma temperatura da amostra. Para compensar isso, sondas e/ou medidores podem ter um sensor de temperatura. Os medidores de EC podem ajustar as leituras usando uma calibração interna para uma temperatura de referência ou Beta. Alguns medidores permitem programar seu próprio Beta (coeficiente de temperatura), enquanto outros não. O Beta é diferente para cada substância, pois os íons se comportam de maneira diferente de solução para solução.

Coeficientes de temperatura típicos de várias soluções
Amostra Percentual/°C Amostra Percentual/°C
Água Ultra Pura 4.55 10% HCl 1.32
NaCl 2.12 5% H2SO4 0.96
5% NaOH 1.72 98% H2SO4 2.84

Quem testa Condutividade Elétrica?

Todos podem testar a condutividade elétrica, do jardineiro ao produtor de vinho e ao técnico de laboratório. Aqui estão alguns exemplos da indústria de por que você pode querer testar a condutividade elétrica.

Agricultura

Solo (Agricultura, Estufa, Jardineiro)

A condutividade é medida para inferir a quantidade de sólidos dissolvidos, nutrientes e salinidade do solo. Cada tipo de solo possui propriedades únicas de EC, mas é uma boa maneira de saber se você precisa fertilizar ou regar mais suas plantas. Se a condutividade for muito baixa, é provável que as plantas precisem de mais fertilizantes ou que elas tenham sido regadas em excesso. Se a condutividade for muito alta, poderá ser um sinal de que há muitos nutrientes disponíveis, de que houve pouca rega ou  de que há sais acumulados no solo devido à água de irrigação.

Muitas coisas podem afetar a condutividade elétrica do seu solo. Os fatores mais comuns são temperatura, tipo de solo e seu nível de umidade, salinidade, irrigação, fertilizantes e profundidade do solo. Testar seu solo tem tudo a ver com garantir que os nutrientes estejam equilibrados. Uma medida de EC indica quanto está realmente lá. Lembre-se de que a EC é boa para medir a força dos íons no solo. Isso ajuda a rastrear os nutrientes disponíveis para as plantas.

As plantas têm tolerâncias variadas a sais dissolvidos e concentrações de nutrientes. Plantas como ervilhas e feijões são muito sensíveis aos sais depositados no solo (a EC deve estar abaixo de 2 mS/cm). Trigo e tomate têm uma tolerância moderada para maior condutividade. Beterrabas, algodão e espinafre são exemplos de plantas com tolerâncias de EC muito altas; o solo dessas plantas pode subir até 16 mS/cm antes de prejudicar o rendimento da colheita.* É importante equilibrar a EC do solo para promover a saúde ideal das plantas.

*Isso é referenciado em um estudo que mediu a EC através de um extrato saturado de solo 1:1 e 1:5.

Leia mais sobre a Condutividade do Solo

Hidroponia & Fertirrigação

Quando os produtores procuram fertilizar suas plantações ou manter um meio de crescimento, o ideal é encontrar um bom equilíbrio entre os nutrientes. Uma ótima maneira de monitorar esses nutrientes é medir a EC e a TDS regularmente. EC e TDS mais altos indicam que há mais nutrientes disponíveis, enquanto números mais baixos indicam que devem ser feitas adições de nutrientes. Lembre-se de que esse número não é específico; portanto, não será indicado qual nutriente pode estar em déficit. Os fertirrigadores ajudam a ter uma maneira precisa e eficiente de monitorar a EC e ajustar os nutrientes com dosagem automática medida.

Bebidas

Cerveja

As águas subterrâneas e superficiais contêm minerais elevados e, às vezes, materiais orgânicos e estão sujeitas à poluição causada pela atividade humana. Por outro lado, as águas da rede de distribuição estão dentro dos das leis e regulamentos de desinfecção e são tratadas com produtos químicos, removendo contaminantes que afetariam o sabor ou a saúde. Esses aditivos que servem para tornar a água potável segura podem ser um problema para os fabricantes de cerveja, pois os desinfetantes podem resultar em sabores desagradáveis na bebida. A vantagem é que o TDS pode fornecer uma indicação da mineralização bruta de sua água, mas o TDS não especifica quais os íons.

O monitoramento do TDS é uma boa maneira de ser alertado sobre quaisquer alterações incomuns no seu abastecimento de água. Além disso, um alto valor de TDS pode indicar água mais corrosiva para o equipamento e propensa a descamação. A água a ser usada na fabricação de cerveja deve ter menos de 500 ppm de TDS.

Alguns fabricantes de cerveja podem querer usar opções seletivas de tratamento de água, como sistemas de osmose reversa, para remover os minerais da água recebida, a fim de redesenhar o perfil da água. Isso pode ser alcançado adicionando sais de fermentação e bicarbonatos. A capacidade de definir o perfil da água permite uma variedade diversificada de estilos de cerveja.

Vinho

Se você já retirou uma garrafa de vinho da geladeira com um fino “pó” flutuando no líquido, a vinícola deveria ter feito uma estabilização a frio mais rigorosa. A boa notícia é que o “pó” são apenas cristais de tartarato de potássio e não afeta em nada o consumo do vinho. Os enólogos podem estabilizar o vinho a frio através de uma série de testes, sendo um deles o monitoramento da condutividade elétrica. Neste teste, o vinho é mantido a uma temperatura fria definida e a primeira leitura de condutividade elétrica é feita. Em seguida, é adicionado tartarato de potássio (KHT) para verificar se permanecerá livre (flutuando). Em seguida, é realizada uma segunda leitura de condutividade elétrica. Se a leitura da condutividade elétrica mudar em torno de 5%, o vinho não estará estável a frio.

Água

Aquicultura

O monitoramento da condutividade é uma boa maneira de verificar a salinidade de uma operação de aquicultura. Por exemplo, a salinidade adequada é a chave para a aquicultura saudável de moluscos. Moluscos são criaturas interessantes, pois a salinidade de seu sangue depende diretamente da salinidade do ambiente. Para eles, a salinidade do sangue afeta sua atividade enzimática. Esta atividade enzimática influencia diretamente sua taxa de crescimento e saúde. Para uma solução rápida, os moluscos abrem e fecham suas conchas para tentar controlar a quantidade de salinidade dentro delas. No entanto, se a salinidade adequada não for mantida, você pode acabar com um crescimento atrofiado ou morte do molusco. O nível de salinidade considerado saudável para moluscos é de 20 a 30 ppt.

Laboratório

Farmacopeia dos EUA

O USP <645> com conformidade com os estágios 1, 2 e 3 é necessário para água purificada e WFI (água para injeção). Oferecemos instrumentos capazes de executar todos os três estágios exigidos por este padrão. Alguns desses requisitos são: Resolução de 0.1 μS/cm ou superior, precisão a 1.3 μS/cm de 0.1 μS/cm, para poder ler com ou sem compensação automática de temperatura, a constante da célula é conhecida com uma incerteza melhor que 2%. A condutividade depende em parte de outros fatores, como o pH, a temperatura e a quantidade de dióxido de carbono atmosférico que foi dissolvido na água para formar íons (condutividade intrínseca). A condutividade também depende dos íons de cloreto, sódio e amônio, considerados impurezas da água (condutividade extrínseca). A condutividade (intrínseca e extrínseca) da água é medida e comparada com os valores listados em uma tabela para avaliar se a água estudada é adequada ou não para uso em aplicações farmacêuticas. Se a amostra falhar no estágio 1, testes adicionais devem ser realizados (estágios 2 e 3) para determinar se o valor excessivo da condutividade é devido a fatores intrínsecos ou íons extrínsecos.

Industrial

Galvanização

Embora existam muitos tipos de processos de galvanização por aí, todos eles têm uma coisa em comum: eles sempre precisam de um banho de enxágue. Os banhos de enxágue ajudam a limpar contaminantes e resíduos das peças de metal entre diferentes pontos do processo de galvanização. Todos os resíduos introduzem contaminação nos banhos de enxágue e, eventualmente, estão contaminados demais para serem usados. No entanto, descartar um banho de enxágue inteiro leva muito tempo e gera muito desperdício. Para minimizar isso, a condutividade elétrica é monitorada para determinar quando um pouco de água precisa ser liberada para manter os banhos utilizáveis.

Caldeiras

Para caldeiras de grande escala, especialmente aquelas em torres de ebulição, muita água de alimentação se move pelo sistema. A água de alimentação possui impurezas que podem causar problemas. À medida que a água é aquecida, ela evapora e se transforma em vapor, e as impurezas são deixadas para trás. Com o tempo, ocorrerá um acúmulo dessas impurezas, e elas podem influenciar a eficiência do sistema da caldeira. Duas maneiras de se livrar do acúmulo são testar a água superficial em busca de sólidos dissolvidos ou tratá-la, e a evacuação do fundo onde o sistema é revertido e o acúmulo é descartado. O monitoramento de EC pode ser usado para monitorar o TDS e iniciar automaticamente o descarte. Isso aumentaria a eficiência do sistema de caldeira.

Quais os tipos de Sondas de Condutividade Elétrica disponíveis?

Depois de explicarmos o que é a condutividade elétrica, os tipos de testes que você pode realizar e por que você deve estar interessado em condutividade, vamos para as sondas de condutividade elétrica. Existem três tipos de sondas de condutividade elétrica: sondas de dois eletrodos, sondas de quatro anéis e sondas toroidais. Você pode conhecê-las por outros nomes, como: sondas amperométricas, sondas potenciométricas e sondas indutivas.

Sondas de Dois Eletrodos

Este tipo de sonda trabalha através de dois eletrodos que são isolados um do outro, mas de maneira que eles possam manter contato com uma amostra ao mesmo tempo. Eles são feitos de materiais não reativos, como aço inoxidável ou grafite. Os materiais precisam ser não reativos para que as sondas não tenham reações colaterais com a amostra, mas também para que não se degradem quando em contato com uma amostra (precisam ter, por exemplo, resistência à ferrugem etc.). Os dois eletrodos passam uma corrente em uma frequência específica através da amostra. Quanto mais íons você tiver em sua amostra, menor será a resistência que você terá para que a corrente alcance o outro eletrodo. Isso resultará em uma leitura de condutividade mais alta.

Sondas de dois eletrodos são fáceis de usar, relativamente baratas, exigem muito pouca amostra para obter uma leitura precisa e não é necessário se preocupar com o efeito do Fringe Field. O espaço entre os dois eletrodos deve ser estável. Se os eletrodos se dobrarem ou se houver um resíduo, leituras imprecisas serão obtidas. Cada sonda cobre apenas uma faixa limitada de condutividade; portanto, se estiver testando amostras de faixa baixa e alta, precisará comprar várias sondas e/ou medidores. Além disso, quanto maior for a condutividade em que a sonda de dois eletrodos for utilizada, maior será a margem de erro. A última coisa a se notar neste tipo de sonda é algo chamado efeito de polarização. O efeito de polarização ocorre quando uma carga se acumula entre os dois eletrodos. Essa carga extra pode fazer com que suas leituras de EC sejam mais baixas do que o esperado. Isso pode ser minimizado com a utilização de uma sonda de dois eletrodos feitos de grafite.

Sondas de Quatro Anéis

Uma sonda de quatro anéis funciona um pouco diferente da sonda de dois eletrodos. Em vez de ter dois eletrodos que passam uma corrente alternada, essa sonda possui quatro anéis de platina no corpo do eletrodo, além de um orifício de ventilação. Os anéis superior e inferior atuam como eletrodos de acionamento para a sonda. Esses dois anéis aplicam uma tensão alternada à amostra, e isso induz uma corrente. Os dois anéis centrais são seus anéis sensores ou eletrodos. Eles medem a queda potencial na corrente gerada pelos eletrodos de acionamento. Uma queda potencial é a diferença de tensão entre dois pontos em um circuito. Quando uma amostra é introduzida em uma amostra, a queda potencial muda em proporção à condutividade.

Só é preciso uma sonda de quatro anéis para cobrir toda a faixa de testes, até 1 Siemen por centímetro. Este tipo de sonda é mais precisa em níveis altos de condutividade do que o tipo anterior. Também não é necessário se preocupar com o efeito de polarização. A construção dessa sonda, com a localização dos anéis, faz com que um campo constante de corrente seja mantido ao redor dos anéis; atuando como um escudo. Para a sonda de quatro anéis, é necessário usar um volume de amostra maior para submergir adequadamente a sonda, e é mais um investimento financeiro. Embora não precise se preocupar com o efeito de polarização, é preciso ter cuidado com o efeito de Fringe Field. Isso acontece quando o campo de medição, essa corrente constante, se estende para fora da sonda. Você só precisa se preocupar com o efeito de Fringe Field se a sonda estiver muito perto das laterais do recipiente ou tubo onde está sendo feita a medição de EC. Uma boa regra é manter a sonda a pelo menos 2,5 cm de todas as superfícies. A distância necessária para manter a sonda varia, basta verificar o manual.

Sondas Toroidais

As sondas toroidais são às vezes chamadas de sondas sem contato ou sondas sem eletrodos e requerem um controlador de processos. A sonda se parece um pouco com uma rosquinha, pois é construída com duas bobinas indutivamente acopladas empilhadas uma sobre a outra. As duas bobinas são encerradas em uma bainha de plástico quimicamente resistente. Uma bobina atua como o eletrodo condutor que aplica uma corrente (um campo magnético), enquanto a segunda é o eletrodo receptor ou sensor. Em seguida, as mudanças no campo são monitoradas

As sondas toroidais são ótimas porque a sonda nunca toca na amostra, pois está envolta em plástico. Não é preciso se preocupar com o efeito de polarização ou o efeito de Fringe Field. A sonda tem uma chance muito baixa de entupir, não é preciso usar soluções de calibração. Elas são muito precisas em amostras de faixa alta, até 2 Siemens por centímetro. O corpo de plástico é quimicamente resistente. No entanto, as sondas de condutividade toroidal são caras e não são adequadas para amostras de EC de faixa baixa. Mesmo que a bainha de plástico seja quimicamente resistente, não é impermeável. Tenha cuidado para não ter solventes orgânicos em sua amostra ou cloro concentrado. Alguns banhos de revestimento também podem causar problemas devido à incompatibilidade com o plástico.

Comparação entre as Sondas de Condutividade Elétrica
Tipo de Sonda Prós Contras
Sondas de Dois Eletrodos Menor custo. Pequeno volume de amostra. Sem efeito de Fringe Field. É preciso um medidor/sonda diferente para cada faixa de teste. Efeito de polarização.
Sonda de Quatro Anéis Uma sonda cobre toda a faixa de testes. Sem efeito de polarização. Efeito de Fringe Field. É necessário um volume de amostra maior. É mais um investimento financeiro.
Sondas Toroidais Maior faixa de teste. Quimicamente resistente. Menor precisão em amostras de faixa baixa. O mais caro dos três tipos de sondas.

Como fazer uma medição ou calibração de Condutividade Elétrica:

A Hanna recomenda que os passos abaixo sejam seguidos durante a calibração:

Será preciso: dois béquers, um padrão de calibração, medidor e sonda de EC, água deionizada.

Antes de colocar a sonda em um padrão:
a. Lave a sonda com água deionizada (água destilada também pode ser utilizada, mas não use água da torneira nem filtrada).
b. Agite suavemente para retirar o excesso de água da sonda.
c. Mergulhe a sonda em um béquer com um pouco de padrão.
d. Mexa a sonda e depois retire-a do béquer.
e. Repita os passos C e D de 3 a 5 vezes para “limpar” a sonda.

Em seguida, calibre a sonda:
a. Coloque um pouco de padrão em um béquer, sempre utilize um padrão novo.
b. Ligue o medidor.
c. Mergulhe a sonda no béquer.
d. Mexa a sonda e depois retire-a do béquer.
e. Repita os passos C e D de 3 a 5 vezes para “limpar” a sonda.
f. Agite e bata (suavemente) a sonda no fundo do béquer para remover bolhas de ar que possam estar presas no eletrodo.
g. Agite a solução suavemente, tomando cuidado para não adicionar bolhas de ar ao padrão.
h. Espere até que a sonda atinja o equilíbrio térmico com a solução (espere a estabilização da temperatura).

Os passos acima são os mesmos para medir uma amostra tanto para uma sonda de dois eletrodos quanto para uma sonda de quatro anéis. Apenas troque a solução pela amostra.

Veja nossas dicas para uma Medição Precisa de Condutividade Elétrica (top 10 erros na medicao de EC)

O que fazer se um problema ocorrer?

Abaixo estão os três principais problemas que as pessoas enfrentam ao testar a condutividade elétrica. Cada problema será respondido com soluções para guiá-lo através de como solucionar problemas da sonda e medidor de condutividade elétrica.

Problema #1: As leituras estão erráticas ou com alterações insistentes.

Pergunta: A sonda está suja?

Dependendo da amostra, os detritos podem ficar presos à sonda. Limpe a sonda regularmente para evitar acúmulos entre os eletrodos (sonda de dois eletrodos) ou obstrução do orifício de ventilação (sondas de quatro anéis). Enxágue a sonda entre as leituras e antes/depois do armazenamento para ajudar a evitar o acúmulo. Especialmente ao trabalhar com água, os resíduos podem não ser visíveis a olho nu; portanto, em caso de dúvida, enxágue.

Pergunta: A sonda está montada corretamente?

Verifique se o conector da sonda está conectado corretamente ao medidor (se estiver usando uma sonda com um cabo). Para conectores de 3.5 mm, verifique se o pino está inserido totalmente na entrada. Para conectores DIN/Quick DIN, verifique se os pinos estão alinhados corretamente.

Se sua sonda for uma nova sonda de quatro anéis, dê uma olhada dentro da parte inferior. Há um pequeno círculo de borracha transparente ao redor da seção interna da sonda. Isso serve para ajudar a preservar a sonda durante o transporte, mas pode interferir nas suas leituras. Remova cuidadosamente o círculo de borracha e recalibre a sonda.

Pergunta: Foi selecionado tipo correto de sonda para a amostra?

Verifique se a sua sonda está mergulhada corretamente. Sondas de dois eletrodos só precisam ser levemente submersas para cobrir as placas. Sondas de quatro anéis exigem que o orifício de ventilação acima dos anéis também seja submerso.

Verifique se há pelo menos 2 cm de espaço entre a sonda e todos os lados do béquer.

Verifique a faixa de medição está dentro da faixa da sonda de dois eletrodos. Se a amostra estiver fora da faixa, use uma sonda de quatro anéis.

Pergunta: A sonda foi calibrada?

A calibração adequada e frequente é essencial. Se a sonda for usada diariamente, calibre diariamente. E sempre calibre a sonda antes de usar.

Problema #2: As leituras estão imprecisas.

Pergunta: Lembra do Efeito de Polarização?

O efeito de polarização acontece quando uma carga se acumula entre os dois eletrodos. Essa carga extra pode fazer com que suas leituras de EC sejam mais baixas do que o esperado. Isso pode ser minimizado utilizando uma sonda de dois eletrodos feitos de grafite.

Pergunta: Lembra do Efeito de Fringe Field?

O efeito do Fringe Field é quando o campo de medição, a corrente elétrica constante, se estende para fora da sonda. Só é preciso se preocupar com o efeito de Fringe Field se a sonda estiver muito perto das laterais do recipiente ou tubo onde você está fazendo uma medição de EC. Uma boa regra é manter a sonda a pelo menos 2,5 cm de todas as superfícies.

Pergunta: A sonda foi calibrada?

Se você estiver testando os padrões USP ou produtos químicos agressivos, precisará calibrar com mais frequência. Se a sonda for usada diariamente, calibre diariamente. Caso contrário, sempre calibre a sonda antes de usar.

Pergunta: A sonda foi calibrada corretamente?

Verifique em nosso Guia de Manutenção (TRADUZIR) se os passos de calibração foram seguidos corretamente.

Pergunta: Foi usado o padrão de calibração correto?

Ao fazer uma calibração de um ponto, calibre primeiro no ar (ponto zero) e, em seguida, o padrão de calibração usado deve estar o mais próximo possível da concentração real da amostra. Se a concentração da amostra flutuar regularmente em uma faixa ampla, pode ser necessário usar uma sonda e um medidor que possam calibrar vários padrões para aumentar a precisão.

Código Valor da Condutividade Elétrica a 25°C Código Valor da Condutividade Elétrica a 25°C
HI7033L 84μS/cm HI7030L 12880 μS/cm
HI7031L 1413 μS/cm HI7034L 80000 μS/cm
HI7039L 5000 μS/cm HI7035L 111800 μS/cm

Pergunta: O Equilíbrio Térmico foi alcançado?

Mesmo com a compensação de temperatura, a sonda leva um tempo para atingir um estado de temperatura estabilizado. Aguarde alguns minutos para que a sonda atinja esse equilíbrio.

Pergunta: As bolhas de ar foram eliminadas?

Bolhas de ar podem causar alterações nas leituras, pois as partes sensoras das sondas podem não estar completamente submersas na amostra. Agite suavemente a sonda e/ou bata a sonda levemente na parte inferior do copo. Isso deve ser suficiente para remover quaisquer bolhas que possam estar presas.

Pergunta: Talvez o que está no seu analito não seja iônico?

Nem todas as coisas que provocam TDS se separam em íons enquanto estão em solução. Verifique novamente se o seu analito se divide em íons quando em solução. Se não se tornar iônico, pode haver outros meios de teste disponíveis.

Problema #3: A sonda não calibra.

Pergunta: É possível que o padrão utilizado esteja contaminado?

Lembre-se de que os padrões de calibração não têm capacidade de tamponamento. Tente usar alguns béquers novos/limpos e coloque um pouco de padrão novo em cada um. Em seguida, use um béquer como um “enxágue” adicional para ajudar a manter o padrão de calibração o mais livre de contaminação possível.

Pergunta: É possível que a água de enxágue esteja contaminada?

As sondas de EC são muito sensíveis e, como mencionado acima, os padrões de calibração são facilmente contaminados. Água de enxágue muito utilizada ou água da torneira podem introduzir contaminantes. Água destilada pode ser usada, mas a água deionizada é a melhor opção.

Pergunta: A sonda foi armazenada corretamente?

As sondas de EC devem ser armazenadas secas, a menos que sejam uma sonda combinada de EC/pH. Se você tiver uma sonda combinada, a sonda deve ser armazenada na solução de armazenamento HI70300 para manter a sonda de vidro de pH hidratada e em boas condições de funcionamento.

Lembre-se: Limpe Regularmente, Calibre Frequentemente, Cuidado Sempre

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